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domingo, 19 de abril de 2015

Biografia resumida e obras de Italo Calvino

Escritor italiano (1923-1985). Inaugura o neorealismo italiano, retratando seu país no período pós-guerra. Nasce em Cuba, mas é levado em seguida para San Remo, na Itália. Durante a 2ª Guerrra Mundial (1939-1945), une-se aos guerrilheiros partiggianni, que lutam contra a ditadura fascista de Benito Mussolini e as tropas alemãs de ocupação. Entra para o partido Comunista, no qual permanece até 1956. 

Em estilo marcadamente irônico e com elementos fantásticos, escreve 'O Visconde Partido ao meio', O Cavaleiro Inexistente e As Cidades Invisíveis.

Italo Calvino recebeu vários prêmios em universidades importantes do mundo. Enquanto preparava uma coleção de textos literários para ser apresentada na Universidade de Havard, ele passou mal e foi internado no hospital de Santa Maria della Scala, em Siena. Vítima de uma hemorragia cerebral, Italo Calvino faleceu no dia 19 de setembro de 1985, deixando um imenso legado para a literatura mundial.


Questões sobre o Absolutismo na Europa e resumo

Sistema de governo no qual o poder é centralizado na pessoa do governante, característico da Europa entre os séculos XVII e XVIII. A hegemonia está nas mãos dos reis, que controlam a administração do Estado, constituem exércitos permanentes, dominam a burocracia e a padronização monetária e fiscal, procuram estabelecer as fronteiras de seus países e promovem a economia nacional políticas mercantilista e coloniais. Também criam uma organização judiciária nacional - a Justiça Real -, que se sobrepõe ao fragmentado sistema feudal.

O Absolutismo nasce a partir da crise do feudalismo. O apoio da burguesia e a influência do Direito Romano, que defende um poder centralizado, são decisivos para que o predomínio da nobreza seja diminuído a favor do rei. As crises religiosas do século XVI também colaboram para o fortalecimento do poder monárquico,  pois enfraquecem o pode papal e colocam as igrejas nacionais sob o controle do soberano. Nicolau Maquiavel (1469-1527), com sua obra 'O príncipe', escrita para responder a um questionamento a respeito da origem e da manutenção do poder, influenciou os monarcas europeus, que a utilizaram para a defesa do absolutismo. J. Bodin (1627-1704) sua obra foi 'Os seis livros da República', associava o Estado à própria célula familiar, colocando o poder real como ilimitado, comparado ao chefe de família.

Jacques Bénigne Bossuet, contemporâneo de Luís XIV, foi um dos maiores defensores do absolutismo e, simultaneamente, do "direito divino dos reis"; em sua obra 'Política Segundo a Sagrada Escritura', afirmava que a Monarquia era a origem divina, cabendo aos homens aceitar todas as decisões reais, pois questioná-las transformá-los-ia não somente em inimigos públicos, mas também em inimigos de Deus.

Thomas Hobbes, autor de Leviatã, proclamou que, em seu estado natural, a vida humana era "solitária, miserável, desprezível, bestial e breve"; buscando escapar da guerra de todos contra todos, os homens uniram-se em torno de um contrato para formar uma sociedade civil, legando a um soberano todos os direitos para protegê-los contra a violência. Hobbes defende a teoria de que um rei só poderia subir ao trono pela vontade do povo e não pela vontade divina. A Monarquia é justificada pelo consenso social.


Hugo Grotius é considerado um dos precursores do direito universal, pois defendia que, se todos os países adotassem o Absolutismo, seria possível se estabelecer um sistema único de legislação. Sua principal obra foi 'Direito de Paz e de Guerra'.

O Estado absolutista típico é a França de Luís XIV (1638-1715), conhecido como o "Rei Sol", a ele é  atribuída a frase que se torna o emblema do poder absoluto " O Estado sou eu". Luís XIV atrai a nobreza para o palácio de Versailles, perto de Paris, onde vive num clima de luxo inédito na história do Ocidente. O monarca interfere na economia de várias formas: cria companhias de comércio, concede privilégios e monopólios, determina taxas e impostos. Também torna o catolicismo a religião oficial do Estado e promove guerras para fortalecer o poder nacional.

O processo de extinção do Absolutismo na Europa começa com a Revolução Gloriosa, na Inglaterra, e a revolução Francesa. A partir de então, o poder real inglês é limitado por uma Constituição e pelo Parlamento. Na França é substituído por uma regime republicano. O sistema chega definitivamente ao fim com as revoluções Liberais. Na Rússia, o absolutismo prossegue até o início do século XX.

Mercantilismo


Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Como já dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um rei, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional. Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista: Metalismo, Industrialização, Protecionismo Alfandegário, Pacto Colonial, Balança Comercial Favorável. 

Questões sobre o Absolutismo na Europa

1) Como nasce o Absolutismo ?

2) Que frase é o emblema do Absolutismo ?

3) O vem a ser o Absolutismo ?

4) Como era conhecido o Rei Luís XIV ?

5) Como Luís XIV interferia na economia ?

6) Qual o nome da política econômica adotada na Europa durante o Absolutismo?

7) Muitos filósofos (pensadores) desenvolveram teorias e escreveram livros favoráveis ao Absolutismo. Qual das alternativas abaixo apresenta nomes destes teóricos absolutistas?

8) Qual das alternativas abaixo apresenta apenas poderes que os reis tinham na época do Absolutismo?

A - Criar taxas, escolher o nome de crianças e mudar os nomes dos adultos, tirar e nomear os papas da Igreja Católica.
B - Fundar cidades, vigiar a vida privada das pessoas, obrigar as pessoas a mudarem de religião, decidir sobre questões de outros países.
C - Estabelecer o preço das mercadorias comercializadas em outros países, obrigar os casais a terem filhos.
D - Criar impostos, decidir sobre questões da justiça, julgar e condenar pessoas, determinar ações econômicas, criar leis e influenciar em questões religiosas.

9) Cite e explique dois exemplos de fatos que favoreceram o surgimento do absolutismo na Europa.

10) (Faap – 1996) Principalmente a partir do século XVI vários autores passaram a desenvolver teorias, justificando o poder real. São os legistas, que através de doutrinas leigas ou religiosas, tentam legalizar o absolutismo. Um deles é Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do governante é manter o poder e a segurança do país que governa. Para isso deve usar de todos os meios disponíveis, pois que “os fins justificam os meios” professou suas ideias na famosa obra:

a) “Leviatã”
b) “Do direito da paz e da Guerra”
c) “República”
d) “Política Segundo as Sagradas Escrituras”
e) “O Príncipe”

11) (MS) 
"Como não há poder político sem a vontade de Deus, todo governo, seja qual for sua origem, justo
injusto, pacífico ou violento, é legítimo; todo depositário da autoridade, seja qual for, é sagrado; revoltar-se contra ele é cometer sacrilégio." (Jacques Bossuet)

A citação acima demonstra que:
 
a) o governo, através de seu representante, deve atender aos anseios da comunidade;
b) a escolha do governante deve obedecer à vontade de Deus;
c) o povo é livre para escolher o chefe da nação;
d) o poder do governante está baseado na Teoria do Direito Divino;
e) o governo deve ser constitucional, para ser considerado legítimo.

12) (FUVEST) No processo de formação dos estados Nacionais da França e da Inglaterra, podem ser identificados os seguintes aspectos:
 
a) Fortalecimento do poder da nobreza e retardamento da formação do estado moderno.
b) Ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja.
c) Desagregação do feudalismo e centralização política.
d) Diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial.
e) Enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre o Estado e a Igreja.

13)  (Mack-2003) O absolutismo e a política mercantilistaeram duas partes de um sistema mais amplo, denominado de Antigo Regime. O termo foi adotado para designar o sistema cujos elementos básicos eram, além do absolutismo e do mercantilismo, a sociedade estamental e o sistema
colonial. Assinale a alternativa que expressa, corretamente, uma prática dos Estados Absolutistas.

a) Liberdade religiosa
b) Centralização político-administrativa
c) Enfraquecimento do poder real
d) Abolição total dos privilégios da nobreza
e) Política econômica liberal

14)  (FaZU-2001) A formação do Estado Absolutista corresponde a uma:

a) Aliança dos Senhores Feudais e o Clero
b) Limitação do poder do Clero
c) Exigência da Burguesia
d) Articulação da Nobreza com a Burguesia
e) Aliança da Nobreza com a Burguesia

15)  (PASUSP-2009) Nicolau Maquiavel, em 1513, na Itália renascentista, escreveu:

Um príncipe não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo frequentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião. (...) O príncipe não precisa possuir todas as qualidades (ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso), bastando que parente possuí-las. Um príncipe, se possível, não deve se afastar do bem, mas deve saber entrar para o mal, se a isso estiver obrigado.

Adaptado de Nicolau Maquiavel. O Príncipe.

Indique qual das afirmações está claramente expressa no texto:

a) Os homens considerados bons são os únicos aptos a governar.
b) O príncipe deve observar os preceitos da moral cristão medieval.
c) Fidelidade, humanidade, integridade e religiosidade são qualidades indispensáveis ao governante.
d) O príncipe deve sempre fazer o mal, para manter o governo.
e) A aparência de ter qualidades é mais útil ao governante do que possuí-las.

16) (UFPR-2009) Nos séculos XVI e XVII prevaleceram na Europa Ocidental sistemas de organização do poder genericamente denominados por Antigo Regime. Assinale a alternativa que apresenta um conjunto de elementos INEXISTENTES no Antigo Regime.

a) Absolutismo.
b) Taylorismo.
c) Mercantilismo.
d) Sistema Colonial.
e) Sociedade Estamental.

17)  (UNIFESP-2008) Do ponto de vista sócio-político, o Estado típico, ou dominante, ao longo do Antigo Regime (séculos XVI a XVIII), na Europa continental, pode ser definido como

a) burguês-despótico.
b) nobiliárquico-constitucional.
c) oligárquico-tirânico.
d) aristocrático-absolutista.
e) patrício-republicano.

18)  (FGV-1996) Acerca do Absolutismo na Inglaterra, NÃO é possível afirmar que:

a) Fortaleceu-se com a criação da Igreja Anglicana.
b) Foi iniciado por Henrique VIII, da dinastia Tudor, e consolidado no longo reinado de sua filha Elizabeth I.
c) A política mercantilista intervencionista foi fundamental para a sua solidificação.
d) Foi conseqüência da Guerra das Duas Rosas, que eliminou milhares de nobres e facilitou a consolidação da monarquia centralizada.
e) O rei reinava mas não governava, a exemplo do que ocorreu durante toda a modernidade.

19) Que autor escreveu a célebre obra "Leviatã" ?

20) Que ideia é defendida por Hugo Grotius ?

21) Defina Mercantilismo.

22) (Mackenzie) O florentino Nicolau Maquiavel (1469 - 1527) rompeu com a religiosidade medieval, estabelecendo nítida distinção entre a moral individual e a moral pública. Em seu livro "O Príncipe" preconizava que:

a) o chefe de Estado deve ser um chefe de exército. O Estado em guerra deve renunciar a todo sentimento de humanidade... O equilíbrio das forças está inscrito nos tratados. Mas os chefes de Estado não devem hesitar em trair sua palavra ou violar sua assinatura no interesse do Estado.
b) somente a autoridade ilimitada do soberano poderia manter a ordem interna de uma nação. A ordem política internacional é a mais importante; sem ela se estabeleceria o caos e a turbulência política.
c) na transformação do Estado Natural para o Estado Civil, legitima-se o poder absoluto do rei, uma vez que o segundo monta-se a partir do indivíduo, que cede seus direitos em troca de proteção contra a violência e o caos do primeiro.
d) o trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus... Os reis... são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê mais longe e de mais alto; deve-se acreditar que ele vê melhor...
e) há três espécies de governo: o republicano, o monárquico e o despótico... A liberdade política não se encontra senão nos governos moderados... Para que não se possa abusar do poder, é preciso que pela disposição das coisas, o poder faça parar o poder.

23) (PUC-SP) "O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor..."
(Jacques Bossuet.)
Essas afirmações de Bossuet referem-se ao contexto:

a) do século XII, na França, no qual ocorria uma profunda ruptura entre Igreja e Estado pelo fato de o Papa almejar o exercício do poder monárquico por ser representante de Deus.
b) do século X, na Inglaterra, no qual a Igreja Católica atuava em total acordo com a nobreza feudal.
c) do século XVIII, na Inglaterra, no qual foi desenvolvida a concepção iluminista de governo, como está exposta.
d) do século XVII, na França, no qual se consolidavam as monarquias nacionais.
e) do século XVI, na Espanha, no momento da união dos tronos de Aragão e Castela.

24) São caraterísticas do Mercantilismo, exceto:

a) Metalismo
b) A intervenção do estado.
c) Protecionismo Alfandegário.
d) Venda de produtos agrícolas
e) Pacto Colonial

25) (Unifesp 2005)  Nos reinados de Henrique VIII e de Elisabeth I, ao longo do século XVI, o Parlamento inglês "aprovava 'pilhas de estatutos', que controlavam muitos aspectos da vida econômica, da defesa nacional, níveis estáveis de salários e preços, padrões de qualidade dos produtos industriais, apoio aos indigentes e punição aos preguiçosos, e outros desejáveis objetivos sociais".
            (Lawrence Stone, 1972.)
Essas "pilhas de estatutos", ou leis, revelam a

a) inferioridade da monarquia inglesa sobre as europeias no que diz respeito à intervenção do Estado na economia.   
b) continuidade existente entre as concepções medievais e as modernas com relação às políticas sociais.   
c) prova de que o Parlamento inglês, já nessa época, havia conquistado sua condição de um poder independente.   
d) especificidade da monarquia inglesa, a única a se preocupar com o bem-estar e o aumento da população.   
e) característica comum às monarquias absolutistas e à qual os historiadores deram o nome de mercantilismo.   

26) (UFPI - 2000)  A respeito do Estado Absolutista é correto afirmar:

a) o poder concentrava-se nas mãos do rei por ter este conseguido afastar a influência da nobreza.   
b) Era caracterizado pela concentração do poder político nas mãos do rei e pela legitimação divina desse poder.   
c) O poder do rei no Estado absolutista, além de carecer de justificação, era criticado por pensadores como Maquiavel e Hobbes.   
d) Na economia, o Absolutismo correspondeu ao período de transição do capitalismo para o feudalismo.   
e) No plano político, a formação do Absolutismo correspondeu a uma necessidade de centralização do poder para adequar-se ao surgimento da nobreza.   

27) (ENEM-2012) Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra

a) a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real.   
b) a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o público e sem a vestimenta real, o privado.   
c) o vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei despretensioso e distante do poder político.   
d) o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de outros membros da corte.   
e) a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado esconde os defeitos do corpo pessoal.   

28) Como foi o Mercantilismo na França ?

29) (UNIRIO) O Absolutismo monárquico manifestou-se de formas variadas, entre os séculos XVI e XVIII na Europa, através de um conjunto de práticas e doutrinas político-econômicas que fundamentavam a atuação do Estado Nacional Absoluto. Dentre essas práticas e doutrinas, identificamos corretamente a:

a) condenação da doutrina política medieval que justificava a autoridade monárquica absoluta através do Direito Divino dos Reis
b) concentração dos poderes de governo e da autoridade política na pessoa do Rei identificado com o Estado
c) promoção política das burguesias nacionais, principais empreendedores mercantis da expansão econômica e geográfica do Estado Moderno Absoluto
d) adoção de práticas capitalistas e liberais como fundamento da organização econômica dos Impérios coloniais controlados pelas Monarquias européias
e) rejeição dos princípios mercantilistas: dirigismo econômico e protecionismo alfandegário.

30)  (FGV) Sobre a formação do absolutismo na França, é incorreto afirmar que:

a) seus antecedentes situam-se, também, nos reinados de Filipe Augusto, Luís IX e Filipe IV, entre os séculos XII e XIV.
b) fez-se necessária nesse processo a centralização dos exércitos, dos impostos, da justiça e das questões eclesiásticas;
c) a abolição da soberania dos nobres feudais não teve um importante papel nesse contexto;
d) a Guerra dos Cem Anos foi fundamental nesse processo;
e) durante esse processo a aliança com a burguesia fez-se necessária para conter e controlar a resistência de nobres feudais.

Gabarito:

1) A partir da crise do feudalismo
2) " O Estado sou eu".
3) Sistema de governo no qual o poder é centralizado na pessoa do governante, característico da Europa entre os séculos XVII e XVIII. 
4) Rei Sol
5) cria companhias de comércio, concede privilégios e monopólios, determina taxas e impostos. Também torna o catolicismo a religião oficial do Estado e promove guerras para fortalecer o poder nacional.
6) Mercantilismo
7) Jacques Bossuet, Nicolau Maquiavel e Thomas Hobbes.
8) D
9) A formação dos Estados Nacionais e o desenvolvimento do comércio foram fatos que favoreceram o surgimento do absolutismo. Os Estados Nacionais Modernos representaram a junção do poder político do rei mais o poder econômico da burguesia. Com o declínio do mundo feudal, as relações comerciais aumentaram e a necessidade de expandir os mercados consumidores também. Nesse sentido, a burguesia surgiu como o personagem que liderou os avanços do capitalismo mercantil. O rei, tendo o poder político centralizado em suas mãos, realizou uma parceria com os burgueses em relação ao aumento das práticas comerciais, em que o primeiro contribuiu com o apoio político e o segundo com o apoio econômico. A intenção, portanto, era ampliar as riquezas das nações através das atividades mercantilistas e das relações ente o rei e a burguesia durante os Estados Nacionais.
10) E
11) D
12) C
13) B
14) C
15) E
16) B
17) D
18) E
19) Thomas Hobbes
20) Defendia que, se todos os países adotassem o Absolutismo, seria possível se estabelecer um sistema único de legislação. 
21) É o nome dado a um conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna, entre o século XV e o final do século XVIII.
22) A
23) D
24) D
25) E
26) B
27) E
28) Na França, o mercantilismo nasce a princípios do Século XVI, pouco tempo depois do reforço da monarquia. Em 1539, um real decreto proíbe a importação de mercadorias têxteis de lã provenientes da Espanha e de uma parte de Flandres. O ano seguinte são impostas restrições à exportação de ouro.28 Multiplicam-se as medidas protecionistas ao longo do século. Jean-Baptiste Colbert, ministro de finanças durante 22 anos, foi o principal impulsionador das ideias mercantilistas na França, o que fez com que alguns falaram de colbertismo para designar o mercantilismo francês. Com Colbert, o governo francês implicou-se muito na economia para acrescentar as exportações. Colbert eliminou os obstáculos ao comércio ao reduzir as taxas alfandegárias interiores e ao construir uma importante rede de estradas e canais. As políticas desenvolvidas por Colbert em conjunto resultaram eficazes, e permitiram que a indústria e a economia francesas crescessem consideravelmente durante esse período, tornando a França numa das maiores potências europeias. Não teve tanto sucesso à hora de tornar França numa grande potência comercial equiparável à Inglaterra e a Holanda.
29) B
30) C

sábado, 18 de abril de 2015

Questões sobre o Romantismo no Brasil

1) Em relação ao Romantismo é correto afirmar que

a)    os símbolos nacionais são exaltados e idealizados como expressão de amor à Pátria e formação de uma identidade.
b)    valoriza, na obra literária, o indivíduo e toda a sua complexidade, enfatizando a necessidade do controle racional.
c)    os textos literários traçam o perfil de anti-heróis que agem, sofrem e superam obstáculos para se qualificarem como exemplares.
d)    a literatura romântica combate os valores burgueses, dentre os quais estão a honra, o trabalho, a sinceridade e o heroísmo.
e)    a linguagem dos textos românticos é marcada pela rigidez, em que as fórmulas literárias contribuem para a expressão dos sentimentos.

2) Assinale a alternativa correta sobre a prosa romântica no Brasil.

a)   Retrata uma série de transformações econômicas, científicas e ideológicas, decorrentes de uma nova revolução industrial.
b)   Tem como principais características o racionalismo, a imitação dos clássicos, o bucolismo e o pastoralismo.
c)   Iniciou em meados do século XVI e caracteriza-se pela fluidez do tempo, que coloca o homem diante de um dilema: viver a vida ou preparar-se para a morte?
d)   Há o predomínio da objetividade, da observação, da verossimilhança e, principalmente, de uma visão cientificista da existência.
e)   Tem em José de Alencar um dos seus autores mais expressivos e também nomes como Joaquim Manoel de Macedo e Bernardo Guimarães, entre outros.

3) A poesia Romântica desenvolveu-se em três gerações: Nacionalista ou Indianista, do Mal-do-século e Condoreira. O Indianismo de nossos poetas românticos é:

a)   um meio de reconstruir o grave perigo que o índio representava durante a instalação da Capitania de São Vicente.
b)   um meio de eternizar liricamente a aceitação, pelo índio, da nova civilização que se instalava.     
c)   uma forma de apresentar o índio como motivo estético; idealização com simpatia e piedade; exaltação de bravura, heroísmo e de todas as qualidades morais superiores.
d)   uma forma de apresentar o índio em toda a usa realidade objetiva; o índio como elemento étnico da futura raça do Brasil.
e)   um modelo francês seguido no Brasil; uma necessidade de exotismo que em nada difere do modelo europeu.

4) No Brasil, infelizmente, ainda esta revolução poética se não fez completamente sentir, nossos vates renegam sua pátria, deixam de cantar as belezas das palmeiras, as virgens das florestas, para saudarem os deuses do politeísmo greco-romano.
Adaptado de J.M.P.Silva

Essa crítica, publicada em 1836, contesta um estilo literário exemplificado pelo seguinte fragmento:

a)    Crioula! o teu seio escuro / Nunca deste ao beijo impuro! (Castro Alves)
b)    Última flor do Lácio, inculta e bela, / És, a um tempo, esplendor e sepultura: (Olavo Bilac)
c)    Vênus desmaia na infinita altura. (Alberto de Oliveira)
d)    Falam Deuses nos cantos do Piaga, (Gonçalves Dias)
e)    Vem, Cupido, soltar-me destes laços: (Alvarenga Peixoto)

5) Com relação ao Romantismo brasileiro, é INCORRETO afirmar que

a)   a sua instauração no Brasil coincidiu com o processo de consolidação da independência do País.
b)   as três gerações desse movimento literário são: geração nacionalista ou indianista, geração do mal-do-século e geração condoreira.
c)   os românticos cultivam o nacionalismo através da exaltação da natureza, da Pátria, do retorno ao passado histórico e da criação do herói nacional.
d)   os narradores do Romantismo mostravam um homem que não se adaptava à vida na Colônia e que denunciava veemente as mazelas da corte.
e)   a razão, para o romântico, fica em segundo plano; sua maneira de analisar e expressar a realidade obedece ao sentimento, considerado como grande valor da vida do indivíduo.

6) (F.C.CHAGAS) O movimento romântico, cujas origens estão na Alemanha e na Inglaterra, adquiriu na literatura brasileira um reflexo extraordinário porque:

a) nossas letras contavam, à época, com artistas do talento de um Machado de Assis e de um Raul Pompéia;

b) coincidiu com o momento decisivo de definição da nossa nacionalidade e de valorização do nosso passado histórico;

c) prosperavam, entre nós, os sentimentos nativistas elevados ao mais alto plano estético, como demonstram os poemas "O Uruguai" e "Caramuru";

d) nosso complexo cultural de colonizadores encontrava na prosa intimista sua expressão mais adequada e natural;

e) nossos homens de letras e de ciências criaram teorias em que se demonstrava a flagrante superioridade do pensamento anglo-germânico sobre o de outros povos.

7) (FUVEST – 2001)   

Teu romantismo bebo, ó minha lua,
A teus raios divinos me abandono,
Torno-me vaporoso... e só de ver-te
Eu sinto os lábios meus se abrir de sono.

 Neste excerto, o eu-lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas revela, de imediato, desinteresse e tédio. Essa atitude do eu-lírico manifesta a:

a) ironia romântica
b) tendência romântica
c) melancolia romântica
d) aversão dos românticos à natureza
e) fuga romântica para o sonho.

8) Assinale a alternativa que traz apenas características do Romantismo:

a) idealismo – religiosidade – objetividade – escapismo – temas pagãos.
b) predomínio do sentimento – liberdade criadora – temas cristãos – natureza convencional – valores 
absolutos.
c) egocentrismo – predomínio da poesia lírica – relativismo – insatisfação – idealismo
d) idealismo – insatisfação – escapismo – natureza convencional – objetividade.

9) De acordo com a posição romântica, é correto afirmar que:

a) A natureza é expressiva no Romantismo e decorativa no Arcadismo.

b) Com a liberdade criadora implantada no Romantismo, as regras fixas do Classicismo caem e “o poema começa onde começa a inspiração e termina onde esta termina.”

c) A visão de mundo romântica é centrada no sujeito, no “eu” do escritor, daí a predominância da função 
emotiva na linguagem do Romantismo.

d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

e) Nenhuma das alternativa está correta.

10) Não é próprio do Romantismo:

a) Explorar assuntos nacionais como história, tradições, folclore; 
b) Idealizar a mulher, tornando-a perfeita em todos os sentidos; 
c) Explorar assuntos ligados à antigüidade clássica, imitando-lhe os poetas e prosadores; 
d) Valorizar temas fúnebres e soturnos. 

11) Poderíamos sintetizar uma das características do Romantismo pela seguinte aproximação de opostos:

a) Cultivando o passado, procurou formas de compreender e explicar o presente. 
b) Pregando a liberdade formal, manteve-se preso aos modelos legados pelos clássicos. 
c) Embora marcado por tendências liberais, opôs-se ao nacionalismo político. 
d) Voltado para temas nacionalistas, desinteressou-se do elemento exótico, considerando-o incompatível com exaltação da pátria. 

12) (ITA-SP) Assinale a alternativa que caracteriza o Romantismo:

a) valorização do eu. O assunto passa a ser manifestado a partir do artista, que traz à tona o seu mundo interior, com plena liberdade; esta liberdade se impõe na forma. Sentimentalismo.
b) literatura multifacetada: valorização da palavra e do ritmo: temática humana e universal.
c) literatura intrinsecamente brasileira; linguagem direta, coloquial, livre das regras gramaticais, imagens diretas; inspiração a partir da burguesia, da civilização industrial, da máquina.
d) literatura que busca inspiração no subconsciente, nas regiões inexploradas da alma: para isso, usa meios indiretos a fim de sugerir ou representar as sensações; funde figura, música e cor.
e) literatura que visa à perfeição da forma, à objetividade, ao equilíbrio, à perfeição absoluta da linguagem; prefere os temas novos e exóticos.

13) Pode-se afirmar que noções como “fraqueza”, “não dignidade”, “falta de nobreza”, “impureza” são renegadas na poética romântica indianista no Brasil. Isso ocorreu devido:

01) à necessidade de se desenvolver e moldar o sentimento de nacionalismo no Brasil da época, que acabava de se tornar independente.
02) à tentativa de compensar os índios mortos pelos primeiros colonizadores europeus, resgatando seus valores primitivos.
03) ao fato de os escritores da época se oporem à corrente do “mal do século”, com seu sofrimento amoroso e culto à idealização.
04) ao desejo de se igualar as principais raças do Brasil da época: portugueses (nobreza), negros (força) e índios (dignidade guerreira).
05) ao esforço de se criar um movimento literário forte, que anulasse os escritores árcades, com suas tentativas fracassadas de independência.

14) (Vunesp - SP)  Leia atentamente os versos seguintes:

Eu deixo a vida com deixa o tédio
Do deserto o poeta caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um mineiro. 

Esses versos de Álvares de Azevedo significam a:

a) revolta diante da morte.
b) aceitação da vida como um longo pesadelo.
c) aceitação da morte como a solução.
d) tristeza pelas condições de vida.
e) alegria pela vida longa que teve.

Gabarito:

1) A   2) E   3) C   4) E    5) D   6) B   7) A    8) C   9) D   10) C   11) A   12) A   13) A   14) C

Biografia, vida e obras de Frei Santa Rita Durão

Frei Santa Rita Durão foi um religioso agostiniano brasileiro do período colonial, orador e poeta. É também considerado um dos precursores do indianismo no Brasil. José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-Preta, nas proximidades de Mariana em Minas Gerais. 

Para continuar seus estudos. Ingressou na Ordem dos Eremitas Calçados de Santo Agostinho, no Colégio da Graça, em Lisboa (1738) e doutorou-se em teologia e filosofia (1756) pela Universidade de Coimbra. Famoso como orador, acusou os jesuítas de tramarem um atentado contra D. José de Portugal (1759), e por isso sofreu perseguições e exilou-se na Itália, onde, durante mais de 20 anos levou uma vida de estudos e, integrado ao espírito do classicismo pré-romântico, passou a descrever lendas e cenas do Brasil colônia, seus índios e costumes. Esteve ainda na Espanha e na França e retornou a Portugal, após a queda do regime Pombalino, onde assumiu a cátedra de Teologia na Universidade de Coimbra. 

Sua obra mais conhecida é o Caramuru (1781), cujo subtítulo, Poema épico do descobrimento da Bahia, remonta ao tempo em que os primeiros europeus chegaram ao Brasil e travaram contato com os nativos.

Caramuru é o nome dado ao português Diogo Álvares Correia que passa a viver entre os índios Tupinambás após sobreviver a um naufrágio no litoral baiano. Considerado um herói "cultural", que ensina as leis e as virtudes aos "bárbaros" que aqui viviam, ganha o respeito dos índios ao disparar uma arma de fogo. Os índios, assustados, equiparam-no a Tupã e passam a respeitá-lo como uma entidade eviada. Ele se encanta com Paraguaçu, a bela índia de pele branca. Já instalado na tribo, Diego percebe a possibilidade de difundir a fé cristã para os índios, doutrinando-os após ter encontrado uma gruta que se assemelharia a uma igreja.

Mais adiante, Diego ajuda a resgatar a tripulação de um barco espanhol que havia naufragado e vê a possibilidade de retornar à Europa através da nau francesa que viera resgatar aquela tripulação. Parte, com Paraguaçu, deixando para trás as belas índias que haviam se apaixonado por ele, incluindo Moema, a mais bela, que atira-se ao mar em direção ao navio na tentativa de alcançar o seu amado. Ao chegar na Europa, Paraguaçu é batizada de Catarina, ambos são festejados e recebem as honras da realeza lusitana.

O poema segue a estrutura dos versos camonianos (de Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, oitava rima camoniana. Segue também com a divisão tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.

Falece em Portugal em 1784.

Vejamos um trecho da obra de Santa Rita Durão:

“- Bárbaro (a bela diz) tigre e não homem...
Porém o tigre, por cruel que brame,
Acha forças no amor, que enfim o domem;
Só a ti não domou, por mais que eu te ame.
Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem,
Como não consumis aquele infame?
Mas pagar tanto amor com tédio e asco...
Ah! Que corisco és tu...raio...penhasco”

(Trecho do Canto VI, onde narra a morte de Moema)



Globalização e a Nova Ordem Mundial

Globalização! Nova Ordem Mundial! Na verdade, esses são termos construídos para caracterizar ou explicar, muitas vezes de modo confuso, as relações sociais operantes no interior do sistema produtor de mercadorias.

Na tentativa de aprofundar as discussões sobre a temática em questão, sugerimos colocar em reflexão cada um desses termos.

O que é Globalização ?

Você já ter ouvido falar sobre "As grandes Navegações", uma escalada onde alguns europeus: portugueses, espanhóis, ingleses, franceses e holandeses, se aventuraram pelo mar, em busca de riquezas, e, para consegui-las, tiveram que colonizar vários povos (americanos, africanos, asiáticos, dentre outros).a  fim de concretizar a produção de "coisas" (mercadorias) para serem comercializadas no mercado mundial, incluindo ai as próprias colônias onde as mercadorias eram produzidas.

Esses momentos da história do Capitalismo foram denominados pelos estudiosos de "europeização". Esse processo se arrastou durante quatro séculos (do século XVI ao XIX) e que fez os povos colonizados sofressem fortemente a influência em hábitos, costumes, tradições e ideais da cultura e do modo de vida já dominante na Europa do século XVI. 

No século XX, novos eventos vão corroborar com a emergência dos Estados Unidos como superpotência mundial. Segundo a critica das Ciências Humanas, estaríamos entrando em um período da história do capitalismo que ficaria conhecido como americanização ou imperialismo - em que o mundo estaria vivendo uma intensificação do processo  de transnacionalização ou internacionalização do capital produtivo e financeiro, que atinge limites com a queda do Socialismo de Estado na União Soviética e o uso das ciências e das novas tecnologias, dando às grandes empresas transnacionais poder político nunca antes alcançado.

Nova Ordem Mundial ou derrocada sócio-econômica do Capitalismo ?

Todos esses acontecimentos vão permitir, ao longo dos 80 e 90, a emergência de novos termos, que vão servir, não só para explicar, mas, sobretudo, para legitimar o processo de reestruturação da globalização ou rearranjo geopolítico do sistema produtor de mercadorias, dando a impressão de que o mundo estaria assistindo ao surgimento de uma Nova Ordem Mundial (expressão cunhada pelo presidente norte-americano Ronald Reagan na década de 1980), em que novos sujeitos (polos) econômicos estariam surgindo na arena da concorrência e da valorização do capital.

Contraditoriamente a essa "nova ordem mundial", erguida sobre uma revolução tecnocientífica, que possibilita o uso de novas tecnologias industriais, ao que estamos assistindo é uma crise econômica e social de escala sem precedente que está conduzindo ao rápido empobrecimento de vários setores da população mundial, o colapso de economias nacionais, o aumento alarmante do desemprego, dentre outros. 

Em todo o mundo, micro espaços de prosperidades  convivem com cinturões de pobreza, desemprego e fome. Essas contradições, que tornam evidentes que o Capitalismo vive hoje uma crise econômica global, cuja consequência profunda afeta não só a vida social, mas também o ambiente.

Características e Contexto histórico do Romantismo

Como movimento histórico o  Romantismo surgiu na Alemanha e na Inglaterra no final do século XVII e predominou na primeira metade do século XIX. Em Portugal, a partir de 1825. No Brasil, teve início em 1836 com "Suspiros poéticos e saudades", de Domingos José Gonçalves de Magalhães.

Contexto histórico do Romantismo

O Romantismo está relacionado  a dois acontecimentos que mudaram a face da Europa: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, responsáveis pela consolidação da burguesia, que, infiltrando-se aos poucos na aristocracia, começou a dominar a vida política, social e econômica.

A Revolução Francesa foi o apogeu de um processo revolucionário que se iniciou na Europa no final do século XVIII, marcando o radical descontentamento em relação à maneira de como a aristocracia governava toda a cidade. Essa revolução resultou do desejo de romper com um mundo constituído a partir dos princípios feudais, em que se opunha o grande poder dos senhores feudais ao servilismo do povo. Liberdade, Igualdade e Fraternidade transformaram-se nas palavras de ordem da época.

Em resumo, lutava-se por uma sociedade mais harmônica, em que os direitos individuais fossem respeitado.

A Revolução Francesa foi responsável por um golpe definitivo no absolutismo e, consequentemente, na aristocracia. O absolutismo cedeu lugar ao liberalismo, conjuntos de ideias que visavam assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral, da religião, etc. Em termos econômicos, o Liberalismo pregava a livre concorrência, preconizando oportunidades igual para todos; politicamente, procurava estabelecer a liberdade do indivíduo.

A revolução Industrial, por sua vez, gerou novos inventos com o objetivo de solucionar problemas técnicos decorrentes do aumento de produção, provocando a divisão do trabalho e o início da especialização da mão-de-obra.

Pois bem, o Romantismo, em seu início, aceitou, aplaudiu e divulgou essa ideias, tornando-se porta-voz da revolução, acreditando que surgiria dela um mundo novo, mais justo, mais equilibrado. Rebeldia é a palavra chave que resume esse primeiro momento.

Literatura

Não se pode imaginar que o Romantismo tenha sido uniforme, foi um estilo rico, diversificado e muitas vezes contraditório, dependendo do escritor e do local em que se manifestou.

Três componentes resumem o processo criativo dos românticos: paixão, emoção e liberdade, todos relacionados a uma subjetividade tão forte como nunca tinha sido se notado na arte ocidental.

Dessa subjetividade decorrem as características básicas do Romantismo:

1. Sentimentalismo - Os sentimentos dos personagens entram em foco. O autor passa a usar a literatura como forma de explorar sentimentos comuns à sociedade, como: o amor, a cólera, a paixão etc. O sentimentalismo geralmente implica na exploração da temática amorosa e nos dramas de amor.

2. Supervalorização do amor: É a consequência mais imediata do sentimentalismo. O amor é considerado como a coisa mais importante da vida, em flagrante oposição ao valor mais cultivado pela burguesia o dinheiro. Por isso, o amor é o tema mais cultivado no Romantismo. Perder o amor significa perder o sentido da vida. Essa perda produz três consequências básicas: a loucura, a morte ou o suicídio.

3. Mal do Século: Essa geração, também conhecida como Byroniana e Ultrarromantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.

4. Liberdade de produção: As produções literárias estavam livres para assumir a forma que quisessem, ou seja, entrava em evidência a expressão em detrimento da estrutura formal (versificação, rima etc).

5. Idealização da mulher: A mulher - objeto do amor romântico - é divinizada, cultivada, pura, aparecendo às vezes envolta em mistério. A virgindade é pré-requisito, quase sempre, para que uma personagem se torne heroína romântica.

6. Evasão: O artista romântico (do ultrarromantismo) interpretava o mundo como cruel e frequentemente buscava a fuga da sociedade que não o aceitava. Alguns tipos medievais, como o cavaleiro das cruzadas e os monges, reaparecem nas obras do Romantismo como personagens-símbolo dessa época.

7. Indianismo: O autor romântico utilizava-se da figura do índio como inspiração para seu trabalho, depositando em sua imagem a confiança num símbolo de patriotismo e brasilidade, adotando o indígena como a figura do herói nacional (bom selvagem).

8. O culto à natureza: Com a busca de um passado indígena e de uma cultura naturalmente brasileira surge o culto ao natural, aos elementos da natureza, tão cultuados pelos índios. Passava-se a observar o ambiente natural como algo divino e puro.

9. Nacionalismo: Surge a necessidade de criar uma cultura genuinamente brasileira. Como uma forma de publicidade do Brasil, os autores brasileiros procuravam expressar uma opinião, um gosto, uma cultura e um jeito autênticos, livres de traços europeus.

10. Aceitação do mistério: O romântico admite a ocorrência de fatos misteriosos, inexplicáveis, fantásticos, sobrenaturais e os incorpora em suas obras.

Biografia resumida e obras de Alexandre Herculano

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa e morreu em Val-de-Lobos. Não cursou nenhuma faculdade. São fatos importantes de sua vida o exílio na Inglaterra e na França e polêmica que travou com o clero, ambos decorrentes de sua participação nas lutas liberais. Juntamente com Garett, foi um intelectual que atuou bastante nos programas de reformas da vida portuguesa. Era considerado um dos maiores intelectuais do país em sua época.

Na ficção de herculano predomina o caráter histórico dos enredos, voltados para a Idade Média, enfocando as origens de Portugal como nação. Além disso, ocorrem muitos temas de caráter religioso. Quanta à sua obra ficcional, os críticos consideram que Herculano inovou a historiografia, uma vez que se baseia não mais em ações individuais, mas no conflito de classes sociais para explicar a dinâmica da história.

Obras de Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo

Poesia: A harpa do crente (1838)
Prosa: 
a) Romance: O bobo (1843); Eurico, o presbítero (1844); O monge de Cister (1848)
b) Conto: Lendas e narrativas (1851)
c) Historiografia: História de Portugal (em quatro volumes, o último publicado em 1853)

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Biografia e características das obras de Manuel Maria Barbosa du Bocage

Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) foi um poeta português e, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano. Nasceu em Setúbal, filho de um advogado e de uma senhora francesa. Teve cinco irmãos. O pai do poeta, José Luís Soares de Barbosa, nasceu em Setúbal, em 1728. Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, foi juiz de fora em Castanheira e Povos, cargo que exercia durante o Sismo de Lisboa de 1755, que arrasou aquelas povoações.

Em 1765, foi nomeado ouvidor em Beja. Acusado de ter desviado a décima enquanto ouvidor, possivelmente uma armadilha para o prejudicar, visto ser próximo de pessoas que foram vítimas de Pombal, o pai de Bocage foi preso para o Limoeiro em 1771, nunca chegando a fazer defesa das suas acusações. Com a morte do rei D. José I, em 1777, dá-se a "viradeira", que valeu a liberdade ao pai do poeta, que voltou para Setúbal, onde foi advogado.Vai para a Academia Real da Marinha aos 14 anos e é por amor a Gertrude que, em 1786, Bocage parte para a Índia, com passagem pelo Rio de Janeiro. Vive dois anos em Goa, dois anos de grande decepção com a pior das terras, a que chama de esta república de loucos, de profundas saudades de Portugal, da margem deleitosa do Tejo e, sobretudo, de enlou­quecedor ciúme de Gertrude –

Temo que a minha ausência e desventura
Vão na tua alma, docemente acesa,
Apoucando os excessos da firmeza,
Rebatendo os assaltos da ternura:
Temo que a tua singular candura
Leve o tempo fugaz, nas asas presa,
Que é quase sempre o vício da beleza,
Gênio mudável, condição perjura:
Temo; e se o fado mau, fado inimigo,
Confirmar impiamente este receio,
Espectro perseguidor, que anda comigo,
Com rosto alguma vez de mágoa cheio,
Recorda-te de mim, dize contigo:
“Era fiel, amava-me, e deixei-o”.
–, vivendo uma espécie de predestinação sentimental e trágica dentro do modelo camoniano, que tomou para si. Camões, grande Camões, quão semelhante/ Acho teu fado ao meu, quando os cotejo! Igual causa nos fez perdendo o Tejo/ Arrostar co sacrilégio gigante. Aliás, o paralelismo da sua vida com a de Camões foi uma obsessão bocagiana: Nem lhe amo a glória, nem lhe invejo a sorte:/ Invejo-te, Camões, o nome honroso ou Modelo meu tu és... Mas, oh tristeza!.../ Se te imito nos transes da ventura,/ Não te imito nos dons da natureza.

Em 1789, promovido a tenente de infantaria, é colocado em Damão, mas, apenas dois dias depois da chegada, deserta. E após um breve envolvimento com uma mundana famosa, Ana Jacques Manteguí, parte para Macau, quando conhece, ao lado da nostalgia da pátria, e da ausência de Getrude – Adeja, coração, vai ter aos lares,/ Ditosos lares, que Gertrúria pisa; [...] Dize-lhe, que do tempo o leve giro/ Não faz abalo em ti, não faz mudança,/ Que ainda lhe és fiel neste retiro – , a miséria.

Finalmente, em 1790, com 25 anos, Bocage consegue ajuda para regressar a Lisboa, onde a predestinação se confirma: vive a grande desilusão de encontrar a amada Gertrude casada com o seu irmão mais velho. Daí a retomar a vida boêmia e desregrada, entre botequins e tertúlias, foi apenas um passo.

Bocage pertenceu à Nova Arcádia onde era conhecido pelo pseudônimo de Elmano Sadino. As suas relações com a Arcádia não foram pacíficas, tendo, ao afastar-se, lançando ataques contundentes nos seus versos. O seu pendor satírico levou-o à prisão do Limoeiro, conseguindo a transferência para o mosteiro de São Bento onde vem a falecer pobre e doente em Lisboa na manhã de 21 de Dezembro de 1805. As suas obras tiveram várias edições ainda em vida do poeta: Rimas, tomo I (1791), Rimas, tomo II (1799) e Rimas, tomo III (1804). Em 1811 foram publicadas as Obras Completas no Rio de Janeiro. Ficaram famosos os seus Sonetos, os seus Epigramas e os seus Apólogos.

Principais obras de Manuel Maria Barbosa du Bocage

1. A Morte de D. Ignez
2. A Pavorosa Illusão
3. A Virtude Laureada 
4. Elegia 
5. Improvisos de Bocage 
6. Mágoas Amorosas de Elmano
7. Queixumes do Pastor Elmano Contra a Falsidade da Pastora Urselin
8. À Puríssima Conceição de Nossa Senhora
9. Convite à Marília
10. O Triunfo da Religião


Características das obras de Bocage

Bocage foi pré-romântico no gosto do mórbido, no uso de palavras altissonantes, no uso das interjeições, reticências e apóstrofes. Em algumas passagens sua linguagem já se aproxima do coloquial. 

Bocage notabilizou-se como repentista, poeta satírico, erótico e pornográfico e de verve brilhante, o que ligou seu nome a episódios que enchem seu anedotário popular. 

Por outro lado, também cultivou o soneto à maneira camoniana. Foi autor de versos de celebrada harmonia e também de lugares-comuns rimados. 


Árcade pelo aparato mitológico e pelo emprego de alegorias abstratas (o Fado, a Desventura, etc.), Bocage escreveu idílios, epístolas, odes, canções, cançonetas e cantatas.

Questões sobre o Arcadismo

1) Qual dessas afirmações não caracterizava a poesia arcádica realizada no Brasil no século XVIII?

a) Procurava-se descrever uma atmosfera denominada locus amoenus.
b) A poesia seguia o lema de “cortar o inútil” do texto.
c) As amadas eram ninfas, lembrando a mitologia grega e romana.
d) Os poetas da época não se expressaram no gênero épico.
e) Diversos poemas foram dedicados a reis e rainhas, e tinham um objetivo político.

2) (Cescea) - Entre outras características do Arcadismo, encontramos:

a) utilização, pelos poetas, de pseudônimos pastoris.
b) condenação do Barroco, que prevaleceu no século XVI, nas suas formas de cultismo e conceptismo.
c) a arte não deve ser concebida como imitação da natureza.
d) o cultismo e o conceptismo.
e) o subjetivismo e o egocentrismo.

3) (FUB - SC) - Todos os autores abaixo, relacionados pertencem à escola mineira do Arcadismo, exceto:

a) José Basílio da Gama.
b) Eusébio de Matos.
c) Manuel Inácio da Silva Alvarenga.
d) Tomás Antônio Gonzaga.
e) Frei José de Santa Rita Durão.

4) (Mackenzie) - Sobre o Arcadismo no Brasil, é incorreto afirmar que:

a) Cláudio Manuel da Costa, um de seus autores mais importantes, embora tenha assumido uma atitude pastoril, traz, em parte de sua obra poética, aspectos ligados à lírica camoniana.
b) em "Liras de Marília de Dirceu", Tomás Antônio Gonzaga não segue aspectos formais rígidos, como o soneto e a redondilha em todas as partes da obra.
c) nas "Cartas Chilenas", o autor satiriza Luís da Cunha Menezes por suas arbitrariedades como governador da capitania de Minas.
d) Basílio da Gama, em "O Uraguai", seguiu a rígida estrutura camoniana de "Os Lusíadas", usando versos decassílabos em oitava-rima.
e) "Caramuru" tem, como tema principal, o descobrimento da Bahia por Diogo Álvares Correia, apresentando, também, os rituais e as tradições indígenas.

5)  (Uf-viçosa) - Leia a estrofe de Tomás Antônio Gonzaga e faça o que se pede:

Os teus olhos espalham a luz divina,
A quem a luz do sol em vão se atreve;
Papoila ou rosa delicada e fina
Te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios de ouro;
Teu lindo corpo bálsamo vapora.
Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de amor igual Tesouro.
(TAG, MD, Parte I, Lira I)

Sobre a personagem central feminina, podemos afirmar que:

a) Marília é mostrada, ao mesmo tempo, como pessoa e como encarnação do Amor, como categoria absoluta.
b) Apesar da beleza deslumbrante da amada, não se verifica, na construção dessa personagem, qualquer idealização clássica da mulher.
c) O poeta dirige-se a Marília unicamente como sua noiva e futura esposa.
d) A beleza luxuriante de Marília contrasta com o ideal de serena fruição dos prazeres sadios da vida.
e) Marília, pela sua intensa sensualidade, representa o ideal de amante e não o de noiva ou esposa.

6) (UF Viçosa) - Os autores de Vila Rica, Caramuru e Uruguai foram, respectivamente:

a) Cláudio Manuel da Costa, Santa Rita Jabotão e Graciliano Ramos.
b) Cláudio Manuel da Costa, J. de Santa Rita Durão e José Basílio da Gama.
c) Santa Rita Durão, Manuel Botelho de Oliveira e Adonias Filho.
d) José Basílio Gama, Nuno M. Pereira e Tomás Antônio Gonzaga.
e) Cônego Luís Vieira da Silva, Alvarenga Peixoto e Plínio Salgado.

7)  (PUC) - Relacione as colunas:

1.Glauceste Satúrnio
2.Alcindo Palmirendo
3.Dirceu
4.Termindo Sipílio
5.Lereno

( ) Tomás Antônio Gonzaga
( ) Cláudio Manuel da Costa
( ) Basílio da Gama
( ) Caldas Barbosa
( ) Silva Alvarenga

a) 3, 1, 5, 2, 4
b) 3, 1, 4, 5, 2
c) 1, 2, 3, 4, 5
d) 3, 2, 4, 1, 5
e) 3, 1, 4, 2, 5

8) (Mackenzie) - Apontar a alternativa correta:

a) Tomás Antônio Gonzaga cultivou a poesia satírica em O Desertor.
b) Na obra Cartas Chilenas, temos uma sátira contra a administração de Luís da Cunha Menezes.
c) Nessa obra o autor se disfarça sob o nome de “Doroteu”
d) Para maior disfarce, o autor de Cartas Chilenas faz passar a ação na cidade do Rio de Janeiro.
e) Tomás Antônio Gonzaga tinha o pseudônimo de “Doroteu”.

9) (Cescem) - O Arcadismo, didaticamente, inicia-se, no Brasil, em 1768:

a) com a fundação de Arcádia de Lusitana.
b) com a publicação de poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ulissiponense.
c) com a publicação dos poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ultramarina.
d) pela vinda da família real para o Brasil.
e) nenhuma das anteriores.

10) Poema satírico sobre os desmando administrativos e morais imputados a Luís da Cunha Menezes, que governou a Capitania das Minas de 1783 e 1788:

a) Marília de Dirceu
b) Vila Rica
c) Fábula do Ribeirão do Carmo
d) Caras Chilenas
e) O Uruguai

11)  (ITA) Uma das afirmações abaixo é incorreta. Assinale-a:

a) O escritor árcade reaproveita os seres criados pela mitologia greco-romana, deuses e entidades pagãs. Mas esses mesmos deuses convivem com outros seres do mundo cristão.

b) A produção literária do Arcadismo brasileiro constitui-se sobretudo de poesia, que pode ser lírico-amorosa, épica e satírica.

c) O árcade recusa o jogo de palavras e as complicadas construções da linguagem barroca, preferindo a clareza, a ordem lógica na escrita.

d) O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, tem como assunto o descobrimento da Bahia, levado a efeito por Diogo Álvares Correia, misto de missionários e colonos português.

e) A morte de Moema,índia que se deixa picar por uma serpente, como prova de fidelidade e amor ao índio Cacambo, é trecho mais conhecido da obra O Uruguai, de Basílio da Gama.

12)  (ITA) Dadas as afirmações:

I) O Uruguai, poema épico que antecipa em várias direções o Romantismo, é motivado por dois propósitos indisfarçáveis: exaltação da política pombalina e antijesuitismo radical.

II) O (A) autor(a) do poema épico Vila Rica, no qual exalta os bandeirantes e narra a história da atual Ouro Preto, desde a sua fundação, cultivou a poesia bucólica, pastoril, na qual menciona a natureza como refúgio.

III) Em Marília de Dirceu, Marília é quase sempre um vocativo; embora tenha a estrutura de um diálogo, a obra é um monólogo – só Gonzaga fala, raciocina; constantemente cai em contradição quanto à sua postura de Spastor e sua realidade de burguês.

13) São características do Arcadismo, exceto:

a) imitação da natureza
b) bucolismo
c) ausência de objetividade
d) idealização da mulher amada
e) linguagem simples

14) (UM-SP) Entende-se por literatura árcade: 

a) a linha europeia de produção literária com linguagem rebuscada.
b) a linha europeia de produção literária que volta aos padrões clássicos.
c) a produção de poesia lírico-amorosa da geração byroniana.
d) a produção de poesia lírica nacional com retórica aprimorada.
e) a linha europeia que prega a "arte pela arte".

15) (ENEM-2008) 

Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1)

Aqui me torna a pôr nestes outeiros, 
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros 
Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4)

Aqui estou entre Almendro, entre Corino, 
Os meus fiéis, meus doces companheiros, 
Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7)
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto, 
Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10)
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

Aqui descanse a louca fantasia, 
E o que até agora se tornava em pranto (verso 13)
Se converta em afetos de alegria.

Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.

Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o 
momento histórico de sua produção.

a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.

16)  Todas as afirmações abaixo estão corretas, exceto uma. Identifique-a:

a)O bucolismo é uma das características da poesia arcádica.
b)Os poetas do Arcadismo usaram pseudônimos gregos e latinos.
c) O carpe diem foi um dos temas freqüentes dos poetas árcades.
d) A busca da paz interior na vida campestre revela a angústia religiosa dos poetas árcades.

17)  Assinale o que não se refere ao Arcadismo:

a) Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo, clareza, simplicidade.
b) Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o belo, o bem, a verdade, a perfeição, a 
imitação da natureza).
c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso de figuras.
d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres.
e) Apóia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat (“corta o que é inútil”).

18)  (UEL) Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas do trecho apresentado.

Simplificando a linguagem lírica de Cláudio Manuel da Costa, mas evitando igualmente a diluição dos valores poéticos no sentimentalismo, as ...... mais densas, dedicadas a ......, fizeram de ...... uma figura central do nosso Arcadismo.

a) crônicas - Marília - Dirceu
b) crônicas - Gonzaga - Dirceu
c) sátiras - Dirceu - Gonzaga
d) liras - Gonzaga - Dirceu
e) liras - Marília - Gonzaga

Gabarito:

1) D    2) A   3) C   4) D   5) D    6) B   7) B   8) B    9) C    10) D   11) E  12) D  13) C   14) B 15) B  16) D    17) C   18) E