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sábado, 18 de abril de 2015

Características e Contexto histórico do Romantismo

Como movimento histórico o  Romantismo surgiu na Alemanha e na Inglaterra no final do século XVII e predominou na primeira metade do século XIX. Em Portugal, a partir de 1825. No Brasil, teve início em 1836 com "Suspiros poéticos e saudades", de Domingos José Gonçalves de Magalhães.

Contexto histórico do Romantismo

O Romantismo está relacionado  a dois acontecimentos que mudaram a face da Europa: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, responsáveis pela consolidação da burguesia, que, infiltrando-se aos poucos na aristocracia, começou a dominar a vida política, social e econômica.

A Revolução Francesa foi o apogeu de um processo revolucionário que se iniciou na Europa no final do século XVIII, marcando o radical descontentamento em relação à maneira de como a aristocracia governava toda a cidade. Essa revolução resultou do desejo de romper com um mundo constituído a partir dos princípios feudais, em que se opunha o grande poder dos senhores feudais ao servilismo do povo. Liberdade, Igualdade e Fraternidade transformaram-se nas palavras de ordem da época.

Em resumo, lutava-se por uma sociedade mais harmônica, em que os direitos individuais fossem respeitado.

A Revolução Francesa foi responsável por um golpe definitivo no absolutismo e, consequentemente, na aristocracia. O absolutismo cedeu lugar ao liberalismo, conjuntos de ideias que visavam assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral, da religião, etc. Em termos econômicos, o Liberalismo pregava a livre concorrência, preconizando oportunidades igual para todos; politicamente, procurava estabelecer a liberdade do indivíduo.

A revolução Industrial, por sua vez, gerou novos inventos com o objetivo de solucionar problemas técnicos decorrentes do aumento de produção, provocando a divisão do trabalho e o início da especialização da mão-de-obra.

Pois bem, o Romantismo, em seu início, aceitou, aplaudiu e divulgou essa ideias, tornando-se porta-voz da revolução, acreditando que surgiria dela um mundo novo, mais justo, mais equilibrado. Rebeldia é a palavra chave que resume esse primeiro momento.

Literatura

Não se pode imaginar que o Romantismo tenha sido uniforme, foi um estilo rico, diversificado e muitas vezes contraditório, dependendo do escritor e do local em que se manifestou.

Três componentes resumem o processo criativo dos românticos: paixão, emoção e liberdade, todos relacionados a uma subjetividade tão forte como nunca tinha sido se notado na arte ocidental.

Dessa subjetividade decorrem as características básicas do Romantismo:

1. Sentimentalismo - Os sentimentos dos personagens entram em foco. O autor passa a usar a literatura como forma de explorar sentimentos comuns à sociedade, como: o amor, a cólera, a paixão etc. O sentimentalismo geralmente implica na exploração da temática amorosa e nos dramas de amor.

2. Supervalorização do amor: É a consequência mais imediata do sentimentalismo. O amor é considerado como a coisa mais importante da vida, em flagrante oposição ao valor mais cultivado pela burguesia o dinheiro. Por isso, o amor é o tema mais cultivado no Romantismo. Perder o amor significa perder o sentido da vida. Essa perda produz três consequências básicas: a loucura, a morte ou o suicídio.

3. Mal do Século: Essa geração, também conhecida como Byroniana e Ultrarromantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.

4. Liberdade de produção: As produções literárias estavam livres para assumir a forma que quisessem, ou seja, entrava em evidência a expressão em detrimento da estrutura formal (versificação, rima etc).

5. Idealização da mulher: A mulher - objeto do amor romântico - é divinizada, cultivada, pura, aparecendo às vezes envolta em mistério. A virgindade é pré-requisito, quase sempre, para que uma personagem se torne heroína romântica.

6. Evasão: O artista romântico (do ultrarromantismo) interpretava o mundo como cruel e frequentemente buscava a fuga da sociedade que não o aceitava. Alguns tipos medievais, como o cavaleiro das cruzadas e os monges, reaparecem nas obras do Romantismo como personagens-símbolo dessa época.

7. Indianismo: O autor romântico utilizava-se da figura do índio como inspiração para seu trabalho, depositando em sua imagem a confiança num símbolo de patriotismo e brasilidade, adotando o indígena como a figura do herói nacional (bom selvagem).

8. O culto à natureza: Com a busca de um passado indígena e de uma cultura naturalmente brasileira surge o culto ao natural, aos elementos da natureza, tão cultuados pelos índios. Passava-se a observar o ambiente natural como algo divino e puro.

9. Nacionalismo: Surge a necessidade de criar uma cultura genuinamente brasileira. Como uma forma de publicidade do Brasil, os autores brasileiros procuravam expressar uma opinião, um gosto, uma cultura e um jeito autênticos, livres de traços europeus.

10. Aceitação do mistério: O romântico admite a ocorrência de fatos misteriosos, inexplicáveis, fantásticos, sobrenaturais e os incorpora em suas obras.

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