Pesquisar este blog

sábado, 18 de abril de 2015

Biografia, vida e obras de Frei Santa Rita Durão

Frei Santa Rita Durão foi um religioso agostiniano brasileiro do período colonial, orador e poeta. É também considerado um dos precursores do indianismo no Brasil. José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-Preta, nas proximidades de Mariana em Minas Gerais. 

Para continuar seus estudos. Ingressou na Ordem dos Eremitas Calçados de Santo Agostinho, no Colégio da Graça, em Lisboa (1738) e doutorou-se em teologia e filosofia (1756) pela Universidade de Coimbra. Famoso como orador, acusou os jesuítas de tramarem um atentado contra D. José de Portugal (1759), e por isso sofreu perseguições e exilou-se na Itália, onde, durante mais de 20 anos levou uma vida de estudos e, integrado ao espírito do classicismo pré-romântico, passou a descrever lendas e cenas do Brasil colônia, seus índios e costumes. Esteve ainda na Espanha e na França e retornou a Portugal, após a queda do regime Pombalino, onde assumiu a cátedra de Teologia na Universidade de Coimbra. 

Sua obra mais conhecida é o Caramuru (1781), cujo subtítulo, Poema épico do descobrimento da Bahia, remonta ao tempo em que os primeiros europeus chegaram ao Brasil e travaram contato com os nativos.

Caramuru é o nome dado ao português Diogo Álvares Correia que passa a viver entre os índios Tupinambás após sobreviver a um naufrágio no litoral baiano. Considerado um herói "cultural", que ensina as leis e as virtudes aos "bárbaros" que aqui viviam, ganha o respeito dos índios ao disparar uma arma de fogo. Os índios, assustados, equiparam-no a Tupã e passam a respeitá-lo como uma entidade eviada. Ele se encanta com Paraguaçu, a bela índia de pele branca. Já instalado na tribo, Diego percebe a possibilidade de difundir a fé cristã para os índios, doutrinando-os após ter encontrado uma gruta que se assemelharia a uma igreja.

Mais adiante, Diego ajuda a resgatar a tripulação de um barco espanhol que havia naufragado e vê a possibilidade de retornar à Europa através da nau francesa que viera resgatar aquela tripulação. Parte, com Paraguaçu, deixando para trás as belas índias que haviam se apaixonado por ele, incluindo Moema, a mais bela, que atira-se ao mar em direção ao navio na tentativa de alcançar o seu amado. Ao chegar na Europa, Paraguaçu é batizada de Catarina, ambos são festejados e recebem as honras da realeza lusitana.

O poema segue a estrutura dos versos camonianos (de Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, oitava rima camoniana. Segue também com a divisão tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.

Falece em Portugal em 1784.

Vejamos um trecho da obra de Santa Rita Durão:

“- Bárbaro (a bela diz) tigre e não homem...
Porém o tigre, por cruel que brame,
Acha forças no amor, que enfim o domem;
Só a ti não domou, por mais que eu te ame.
Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem,
Como não consumis aquele infame?
Mas pagar tanto amor com tédio e asco...
Ah! Que corisco és tu...raio...penhasco”

(Trecho do Canto VI, onde narra a morte de Moema)



Nenhum comentário:

Postar um comentário